quinta-feira, 19 de junho de 2008

platão


Platão nasceu um ano após a morte do estadista Péricles. Seu pai, Aristão, tinha como ancestral o rei Codros e sua mãe, Perictione, tinha Sólon entre seus antepassados. Inicialmente, Platão entusiasmou-se com a filosofia de Crátilo, um seguidor de Heráclito. No entanto, por volta dos 20 anos, encontrou o filósofo Sócrates e tornou-se seu discípulo até a morte deste. Pouco depois de 399 a.C., Platão esteve em Mégara com alguns outros discípulos de Sócrates, hospedando-se na casa de Euclides. Em 388 a.C., quando já contava quarenta anos, Platão viajou para a Magna Grécia com o intuito de conhecer mais de perto comunidades pitagóricas. Nesta ocasião, veio a conhecer Arquitas de Tarento. Ainda durante essa viagem, Dionísio I convidou Platão para ir à Siracusa, na Sicília. Platão partiu para Siracusa com a esperança de lá implantar seus ideais políticos. No entanto, acabou se desentendendo com o tirano local e retornou para Atenas.
Em seu retorno, fundou a Academia. A instituição logo adquiriu prestígio e a ela acorriam inúmeros jovens em busca de instrução e até mesmo homens ilustres a fim de debater idéias. Em 367 a.C., Dionísio I morreu, e Platão retornou à Siracusa a fim de mais uma vez tentar implementar suas idéias políticas na corte de Dionísio II. No entanto, o desejo do filósofo foi novamente frustrado. Em 361 a.C. voltou pela última vez à Siracusa com o mesmo objetivo e pela terceira vez fracassa. De volta para Atenas em 360 a.C., Platão permaneceu na direção da Academia até sua morte, em 347 a.C.
Platão não buscava as verdadeiras essências da forma física como buscavam Demócrito e seus seguidores, sob a influência de Sócrates buscava a verdade essencial das coisas. Platão não poderia buscar a essência do conhecimento nas coisas, pois estas são corruptíveis, ou seja, variam, mudam, surgem e se vão. Como o filósofo deveria buscar a verdade plena, deveria buscá-la em algo estável, as verdadeiras causas, pois logicamente a verdade não pode variar, se há uma verdade essencial para os homens esta verdade deve valer para todas as pessoas. Logo, a verdade deve ser buscada em algo superior. Nas coisas devem ter um outro fundamento, que seja além do físico, a forma de buscar estas realidades vem do conhecimento, não das coisas, mas do além das coisas. Esta busca racional é contemplativa, isto significa buscar a verdade no interior do próprio homem. Porém o próprio homem não é meramente sujeito particular, mas como um participante das verdades essenciais do ser.
Platão assim como seu mestre Sócrates busca descobrir as verdades essenciais das coisas. O conhecimento era assim o conhecimento do próprio homem, mas sempre ressaltando o homem não enquanto corpo, mas enquanto alma. O conhecimento que continha na alma era a essência daquilo que existia no mundo sensível, assim em Platão também a técnica e o mundo sensível eram secundários. A alma humana enquanto perfeita participa do mundo perfeito das idéias, porém este formalismo só é reconhecível na experiência sensível.

sábado, 7 de junho de 2008

Aristóteles

(384 a.C. - 322 a.C.)

Considerado por muitos como o maior filósofo de todos os tempos. Filho de Nicômaco, médico de Amintas, rei da Macedônia, nasceu em Estagira, colônia grega da Trácia, no litoral setentrional do mar Egeu, em 384 a.C. Seus pensamentos filosóficos e idéias sobre a humanidade tem influências significativas na educação e pensamento ocidental contemporâneo. Aristóteles é considerado o criador do pensamento lógico. Suas obras influenciaram também na teologia medieval da cristandade.
Embrenhou-se em todos os conhecimentos de seu tempo - Lógica, Matemática, Física, Metafísica, Moral, Política, Retórica e Poética.

Em 343 foi convidado pelo Rei Filipe para a corte de Macedônia, como preceptor do Príncipe Alexandre,
então jovem de treze anos.
Quando Alexandre subiu ao trono (335), Aristóteles regressou a Atenas, onde criou a sua própria escola, o Liceu. Foi-lhe dado este nome porque estava situada junto ao templo dedicado a Apolo Liceano. Os estudos concentravam-se sobre o que hoje poderíamos denominar "ciências naturais", ao contrário da Academia, onde era dada garnde importância à geometria. O liceu era um verdadeiro centro de investigação, apoiado por Alexandre. Nele, Aristóteles e os seus discípulos recolhiam informações acerca de tudo, organizando pesquisas filosóficas e científicas em alta escala e reuniram vasto material referente a todo o conhecimento da época.
Aristóteles escreveu um grande número de obras para o público não iniciado na filosofia, sob a forma de diálogos, à semelhança do seu mestre Platão. Contudo nenhum chegou até nós. As únicas "obras" que sobreviveram são constituidas pelos seus apontamentos que escreveu para as suas aulas no Liceu. No século I a.C. foram os mesmos organizados por Andrónico de Rodes.
Podemos agrupá-los da seguinte forma:
  1. Lógica: textos conhecidos, em seu conjunto, por "Órganon".
  2. Ciências: Física, Do céu, Meteorologia, Da geração e da destruição, Das partes dos animais, Da geração dos animais, História dos animais;
  3. Psicologia e metafísica: Da alma, Da sensação e das coisas sensíveis, Do sono, Da respiração, Metafísica
  4. Moral e política: Ética a Nicômacos, Política, Constituição de Atenas;
  5. Retórica e poética: Poética, Retórica.

Pensamento de Aristóteles
Toda a sua filosofia assenta numa observação minuciosa da natureza, da sociedade e dos indivíduos, organizando de uma forma verdadeiramente didática. A sua idéia fundamental era a de tudo classificar, dividindo as coisas segundo a sua semelhança ou diferença, obedecendo a um conjunto de perguntas muito simples: Como é esta coisa ? (o género). O que é que a difere das outras que lhe são semelhantes? ( a diferença). A partir daqui começava a hierarquizar todas as coisas, de uma forma tão ordenada que até então nunca ninguém conseguira fazer.
Na Política a sua primeira preocupação foi a elaborar uma listagem tão completa quanto possível sobre os diferentes modelos políticos que existiam no seu tempo. Partindo da sua diversidade procurou depois as suas semelhanças e diferenças, pondo em evidência o que constituía a natureza de cada regime.
Em Astronomia, Aristóteles delineia um Universo esférico e finito, tendo a Terra como centro, composta por quatro elementos definidos pela Alquimia: terra, ar, fogo e água, cada um dos quais com seu lugar adequado, determinado por sua “gravidade específica”, e que se movem em linha reta para o lugar que lhes corresponde. Os céus, porém, movem-se de forma natural e infinita, seguindo um complexo movimento circular, pois têm em sua composição um quinto elemento: o éter
Física Aristotélica

Com esta linha de raciocínio, ele acreditou que os quatro elementos teriam cada qual o seu próprio lugar, e o movimento uma tentativa para distender esse lugar. A terra estaria no centro, a água acima deste, o ar acima da água e o fogo o mais elevado de todos os elementos estaria acima de todos os demais. Um elemento densamente formado por terra, como uma rocha, cai espaço abaixo, enquanto que as bolhas de ar na água movem-se liquido acima. Ainda uma vez, a chuva cai, mas o fogo se eleva. Para Aristóteles parecia que o mais pesado dos objetos fosse aquele que teria a maior tendência de adquirir mais rapidamente o seu próprio lugar de origem, então ele acreditava que o corpo mais pesado cairia mais rapidamente que o mais leve.

Durante a campanha de Alexandre na Ásia , Aristóteles recebeu a terrível notícia que o fará jamais perdoar o antigo aluno. Alexandre tinha ordenado executar calístenes, o seu sobrinho, que se recusara a aceitar o monarca como um deus. Mas em 323 a.C. Alexandre morre de febre.

A morte de Alexandre, em 323, desencadeia um guerra de libertação entre os gregos e os macedonios que dominavam a Grécia desde Filipe. Aristóteles foi então acusado de colaborador dos macedonios, é perseguido, refugiando-se em Cálcis, na Eubeia, onde morre no ano seguinte com 63 anos.

Euclides


Euclides (c. 330 a. C. - 260 a. C.) nasceu na Síria e estudou em Atenas. Foi um dos primeiros geómetras e é reconhecido como um dos matemáticos mais importantes da Grécia Clássica e de todos os tempos.
Muito pouco se sabe da sua vida. Sabe-se que foi chamado para ensinar Matemática na escola criada por Ptolomeu Soter (306 a. C. - 283 a. C.), em Alexandria, mais conhecida por "Museu". Aí alcançou grande prestígio pela forma brilhante como ensinava Geometria e Álgebra, conseguindo atrair para as suas lições um grande número de discípulos. Diz-se que tinha grande capacidade e habilidade de exposição e algumas lendas caracterizam-no como um bondoso velho.
Conta-se que, um dia, o rei lhe perguntou se não existia um método mais simples para aprender geometria e que Euclides respondeu: "Não existem estradas reais para se chegar à geometria".
Outro episódio sobre Euclides refere-se a um dos seus discípulos, o qual, resolvendo ser espirituoso, depois de aprender a primeira proposição de geometria lhe perguntou qual o lucro que lhe poderia advir do estudo da geometria. Nesse momento, Euclides - para quem a geometria era coisa séria - chamou um escravo, passou-lhe algumas moedas e ordenou que as entregasse ao aluno: "já que deve obter um lucro de tudo o que aprende"